quinta-feira, 28 de junho de 2012

Insolúveis noites


Ultimamente tenho perdido o sono. Quando tenho bastante sorte, meus olhos querem fechar antes das 3 da manhã. Agora, quando os olhos escolhem não dormir, decido nem olhar pro relógio, com medo de ele ter acelerado o passo levando a noite embora.
Mas não é culpa dos olhos não quererem fechar. É culpa da cabeça pensar muito, pensar sempre. Faço planos, desfaço, penso naquelas questões que parecem insolúveis, volto nos planos, tento solucionar aquelas questões que eu quis fingir que esqueci, lembro de coisas da infância, desfaço planos novamente, e a noite se vai, longa e cheia de inveja de quem está roncando, em outro mundo, bem ali do lado.
Por entre os planos e as preocupações, penso em temas de crônicas. “Puxa, quando eu acordar, vou escrever sobre aquele assunto. Vai ficar bom!”.
Uma hora, demore ou não, durmo. E quando amanhece, e a lua se vai, o assunto se vai com ela, e eu não tenho idéia do que pensei em escrever.
Sabendo que o assunto só vai voltar na próxima noite de muito pensamento e pouco sono, fico a imaginar sobre o que era. Se ao menos eu tivesse anotado!
Por outro lado, se eu tivesse anotado, de que outro modo eu poderia chorar as pitangas para os leitores e contar que não ando dormindo de preocupação com algumas questões que parecem insolúveis?

Um comentário:

  1. As madrugadas são sempre as mais inspiradoras ainda que cobrem juros de nosso sono.

    E os pensamentos, devaneios e questionamentos cotidianos também adoram fazer parte de nossa mente. Isso é deveras cansativo. A estafa mental chega junto com a luz do dia, não?

    Ainda assim, é preciso relevar suas palavras e agradecer por contribuir nesse ambiente tão fértil de sua literatura.

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