segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Menina Moça


Eu, que nunca pensei em ter filhos – nem que sim, nem que não - talvez porque a maternidade nunca pareceu combinar com o meu jeito nada coordenado e pouco responsável, ganhei, no último ano, uma filha linda e moça.
Preocupada com o que devo fazer ou não, com o que ela mereça, com o que não mereça também, fico, às vezes, pensando em como ela me vê, se está feliz, se estou somando, estando por perto.
Penso isso porque de algumas coisas que dizem respeito a ela eu participo, e de outras não, como por exemplo, a tarefa. Geralmente ajudo pouco com a tarefa da escola. Ela é responsável e nasceu de tarefa pronta.
Tampouco colaboro com o estudo. Ela estuda sempre, estuda muito, reproduzindo na fala o conselho do pai de que "as matérias nas quais temos mais dificuldades são aquelas para as quais devemos mais nos dedicar".
Tenho pouco jeito, também, para os jogos que ela joga: Banco Imobiliário e War foram, e sempre serão, desafios para a minha mente nada estratégica e muito filosófica.
No último domingo, porém, fiz uma descoberta, e as minhas dúvidas quanto à natureza da minha participação, de certa maneira, se dissiparam.
Enquanto eu, no banheiro, me preparava para um passeio a três, com direito a pizza, ouvi a porta do quarto abrir de maneira estabanada. Pelo espelho, encontrei-a com a cabeça entre a porta e a parede, e os olhos curiosos em busca de algo. Sem encontrar, dirigiu-se, com pressa, ao meu marido:
- Pai, a Andréia vai de salto?

Um comentário:

  1. Uhulll

    Nem preciso falar que me vi nessa história, né?
    Que delícia né?
    Te amo Deca!
    Beijooooooo
    Bia

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