quinta-feira, 25 de julho de 2013

Uma daquelas histórias...

Em dezembro de 2009, no último dia do ano, achei que o Boris Casoy tinha feito uma abobrinha tão grande da qual se arrependeria por longos anos. Acidentalmente deixando o áudio do microfone ligado, ofendeu violentamente os garis que lhe desejaram Feliz Ano Novo no final da reportagem.
Fiquei chateadíssima quando do acontecido, daquele tipo de chateação que afeta parecendo que o que aconteceu, aconteceu com você. Vi-me muito chocada pela forma baixa que Boris escolheu e organizou as palavras contra pessoas tão humildes, e que, com tanta ingenuidade lhe desejavam votos de um bom ano seguinte.
Lembro-me de, na época, ter escrito à Bandeirantes um longo email, no qual questionei o cargo de Casoy e as intenções da emissora em manter um jornalista preconceituoso, prosaico, n função de uma pessoa formadora de opinião. Nunca obtive resposta, como h
averia de ser. A verdade é que não me importo com respostas. Sempre gostei mesmo é das perguntas, confesso.
Isso me faz pensar na pessoa que este formador de opinião certamente é. Com potencial para maltratar secretários, garçons, faxineiros, possivelmente os responsáveis pela injusta audiência que tem o canal, e que estão por aí trabalhando na invisibilidade, plenos de utilidades, Boris Casoy permaneceu trabalhando tranquilamente, mesma consciência, horários, trabalho, responsabilidades, e, ainda, descobriu nesta última sexta-feira, dia 19 de julho, que está isento de pagar a multa que lhe poderia ser aplicada pela ofensa provocada.
São estes e outros tipos de injustiça que reforçam a permissão para humilhações, a trabalhadores, aos garis, a mim também. Não penso e nunca pensarei que o dinheiro remendaria os trapos que ficaram de uma situação vexatória como esta criada por este jornalista arrogante e prepotente. Acho, porém, que ouvir o juiz dizer que isso não foi ofensa nenhuma à classe dos garis, dá a pessoas pequenas como Boris Casoy a perigosa liberdade para achar que seus pensamentos mal-formados e estúpidos merecem espaço nas transmissões da televisão.
Descobri, ainda, uma outra coisa, no meio de toda essa história de final impune, que revela o poder e o domínio de faculdades com o dinheiro e a fama. Descobri que concordo em uma coisa com o Boris Casoy. Concordo que esta é mais uma daquelas histórias da qual se poderia dizer: “Isto é uma vergonha”. 

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