Ando percebendo que a tecnologia anda - ou corre - em ritmo tão acelerado que às vezes sinto como se tivesse perdido alguma coisa. A forma como algumas coisas são facilmente substituídas, confesso, por vezes me assustam.
Na semana passada, uma colega me contou que bem naquele dia era extinto o MSN, bate-papo famoso de anos atrás. Achei dó. Não que eu usasse. Não uso e não sinto falta. Mas fiquei com pena de que ele fosse mais uma coisa da minha geração a entrar em extinção.
A verdade é que o MSN já chegou extinguindo o ICQ, que cresceu comigo e guarda boas histórias na minha memória.
Em uma das madrugadas adolescentes, daquelas em que se dorme às 3 da manhã, pra acordar às 6, - o que garantia um belíssimo aprendizado nas aulas de física, química, entre outras facilidades da vida escolar - bem na madrugada, resolvi que tinha um assunto importantíssimo pra tratar com a Bia, prima, como eu, sempre de plantão quando o assunto era goiabice.
Na época em que celular era coisa de gente de outra dimensão, eu, sabendo que ouvíamos a mesma rádio nas horas vagas, liguei o computador da família, que ficava no meu quarto, e me conectei ao meu ICQ.
Mandei uma mensagem para o ICQ da rádio, e que dizia:
- A Andréia, cidade tal, pede tal música, e aproveita para pedir à sua prima Bia, que com certeza está ouvindo a rádio também, entrar com urgência no ICQ.
O radialista a leu, e na voz dele soou a maior das ousadias, cheia de graça. Tudo o que eu precisava, agora, era que a testemunha da ousadia a tivesse ouvido.
Com a certeza de que daria resultado, aguardei até que a plaquinha de notificação me avisasse, acompanhada de um som fino do qual me lembro com clareza até hoje, que a Bia estava por lá.
Em estado de graça, quando ela entrou, rimos, durante horas, testemunhas da engenhosidade e da proporção que tomou a arte.
Ela precisou entrar no quarto dos pais, onde morava o computador. Era luz pra todo lado, som alto, e uma explicação nada convincente, pra poder abrir o ICQ o quanto antes, e falar, com urgência sobre absolutamente nada.
É mesmo uma pena que o ICQ tenha sumido. Outra pena é a ida do MSN. Todas estas partidas estão aí só pra nos mostrar como crescemos rápido demais.
Bia e eu estamos hoje casadas, e agora mandamos mensagens via celular. Além disso, nos certificamos de enviá-las durante o dia, pois dormimos mais cedo, e - muito bem - acompanhadas.
Quanto aos assuntos, o tempo, a idade, o casamento, o horário de dormir, mudaram neles muito pouco. Quanto aos assuntos, continuam as mesmas goiabices urgentes de sempre.
Na semana passada, uma colega me contou que bem naquele dia era extinto o MSN, bate-papo famoso de anos atrás. Achei dó. Não que eu usasse. Não uso e não sinto falta. Mas fiquei com pena de que ele fosse mais uma coisa da minha geração a entrar em extinção.
A verdade é que o MSN já chegou extinguindo o ICQ, que cresceu comigo e guarda boas histórias na minha memória.
Em uma das madrugadas adolescentes, daquelas em que se dorme às 3 da manhã, pra acordar às 6, - o que garantia um belíssimo aprendizado nas aulas de física, química, entre outras facilidades da vida escolar - bem na madrugada, resolvi que tinha um assunto importantíssimo pra tratar com a Bia, prima, como eu, sempre de plantão quando o assunto era goiabice.
Na época em que celular era coisa de gente de outra dimensão, eu, sabendo que ouvíamos a mesma rádio nas horas vagas, liguei o computador da família, que ficava no meu quarto, e me conectei ao meu ICQ.
Mandei uma mensagem para o ICQ da rádio, e que dizia:
- A Andréia, cidade tal, pede tal música, e aproveita para pedir à sua prima Bia, que com certeza está ouvindo a rádio também, entrar com urgência no ICQ.
O radialista a leu, e na voz dele soou a maior das ousadias, cheia de graça. Tudo o que eu precisava, agora, era que a testemunha da ousadia a tivesse ouvido.
Com a certeza de que daria resultado, aguardei até que a plaquinha de notificação me avisasse, acompanhada de um som fino do qual me lembro com clareza até hoje, que a Bia estava por lá.
Em estado de graça, quando ela entrou, rimos, durante horas, testemunhas da engenhosidade e da proporção que tomou a arte.
Ela precisou entrar no quarto dos pais, onde morava o computador. Era luz pra todo lado, som alto, e uma explicação nada convincente, pra poder abrir o ICQ o quanto antes, e falar, com urgência sobre absolutamente nada.
É mesmo uma pena que o ICQ tenha sumido. Outra pena é a ida do MSN. Todas estas partidas estão aí só pra nos mostrar como crescemos rápido demais.
Bia e eu estamos hoje casadas, e agora mandamos mensagens via celular. Além disso, nos certificamos de enviá-las durante o dia, pois dormimos mais cedo, e - muito bem - acompanhadas.
Quanto aos assuntos, o tempo, a idade, o casamento, o horário de dormir, mudaram neles muito pouco. Quanto aos assuntos, continuam as mesmas goiabices urgentes de sempre.
Lembranças maravilhosas, dignas de serem registradas. Bjs para as duas sempre meninas.
ResponderExcluirNão dá pra ficar alheio às modernidades mas entendo perfeitamente o charme que algumas ferramentas da nossa geração proporcionam.
ResponderExcluirA substituição sempre existiu, o problema é a velocidade com que isso acontece hoje. É a forma que assusta. Parece que apagam nosso passado sem pestanejar.
Felizmente nossas memórias continuam vivas pra sempre em algum lugar do nosso cérebro e/ou coração.
Histórias de ICQ são sempre memoráveis.
Beijão.