sábado, 2 de outubro de 2010

Seções


Amanhã é dia importantíssimo.
As eleições chegaram, depois de passarmos dias perdidos, passeando por entre tantos candidatos que se dispõem a cuidar do nosso estado, do nosso país, no criteriosíssimo horário eleitoral de nossa TV brasileira.
São muitos os que se apresentam, uns achando que sabem o que fazem, outros declaradamente não possuindo ciência. Em alguns acreditamos, em outros, perdemos a fé há muito tempo.
Neste ano de 2010, em que só se fala em eleição, o primeiro voto feminino - sem restrições e pormenores - completa 64 anos. Um número altamente expressivo, que expõe tantas das fraquezas da sociedade, que mostra, desveladamente, quantas mudanças ainda são necessárias para que se possa falar em direitos iguais.
Penso que, talvez, nós mulheres, que nascemos em um momento no qual o voto feminino já era comum, pareçamos ter dificuldades em valorizar a oportunidade de sair do silêncio e nos posicionar e escolher aquilo que julgamos importante e necessário para nossa educação, segurança, conforto.
Além das eleitoras femininas, temos agora duas candidatas à presidência.
A começar de Alzira Soriano, em 1928, primeira mulher a ocupar um cargo eletivo - prefeita de Lajes/RS -, Marina Silva e Dilma Roussef se dispõem a assumir nosso presente e futuro. Ainda, de acordo com o que temos visto e ouvido, há grandes chances de que de fato, a representante de nosso país venha a ser do sexo feminino.
Se as mulheres parecem estar em evidência nas eleições de 2010, minha sugestão é de que, por alguns minutos, todas elas, candidatas, eleitoras, observem de maneira criteriosa e sensata suas atitudes.
As gerações de mulheres que nos antecederam trilharam longos caminhos, passando por reivindicações básicas, como a escrita, a escolaridade. Quando alcançaram uma aquisição de tamanha importância, a de ser parte da democracia proposta pelas eleições - no dicionário “arbítrio”-, mereceram, no mesmo momento, nossa busca por um voto refletido.
Seja Dilma, Serra, Marina, à presidência, e tantos outros aspirantes a políticos, candidatos a outros cargos, quero trazer à memória das mulheres, que nos foi proposto, ou imposto, o silêncio, durante muitos anos – talvez mais do que consigamos imaginar. Se hoje, podemos usar da nossa voz, que saibamos empregá-la honrando nossa conquista do voto: sendo coerentes, responsáveis, conscientes.
Desejo um bom voto a todas, e, sobretudo, pouca fila nas seções.

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