segunda-feira, 14 de junho de 2010

Certidão de Nascimento em Cores


Sempre achei que cresci rápido demais. Com a mesma sensação de Edward Bloom, de Peixe Grande, que se desenvolveu com velocidade recorde em poucos dias, sinto que cedo demais estava na faculdade, mais cedo ainda no Mestrado, e antes que notasse, me vi envolta pelo clima acadêmico do Doutorado, tão exigente, tão especializante, tão alienante.
Perdida na correria das etapas, saltando por obstáculos quase maiores do que eu, fui incorporando, aos poucos, uma idade virtual, uma idade acadêmica, baseada na média da idade das pessoas ao meu redor e no estágio da vida em que estava, sendo tão nova.
Porém, há alguns dias tomei coragem e me aventurei na moda dos esmaltes fosforescentes. Aparentemente tão juvenis, eles pareceram vir ao encontro de minhas questões sobre idade real e virtual.
Maravilhada com o viço proposto pela cor do esmalte, há três semanas ando com um cor-de-rosa nas unhas das mãos, num tom nada discreto, capaz de iluminar noites inteiras.
Amanhã vou à manicure, e decidi passar, pela quarta semana consecutiva, a mesma cor rosa fosforescente. Quem sabe o esmalte dá conta de iluminar minha certidão de nascimento.

2 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Duro é quando acabamos no meio de pessoas jovens de verdade, dois anos mais novos já podem representar diferenças de "idade acadêmica" gigantesca!

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