Há poucos dias, de acordo com o próprio jornal, foi assassinado um dos rostos da Folha de São Paulo.
Glauco, cartunista, pai do Geraldão, pai do Raoni, que também se foi, foi vítima de um assassino que, ironicamente dizia ser Jesus Cristo.
No último domingo, lendo o jornal, vi o quadrinho do Geraldão. Pela primeira vez meus olhos pararam, estatelados à leitura, não da fala das personagens, mas do nome do Glauco, morando em cima da tirinha.
Enquanto olhava para as mesmas letras, pensei até quando vão postar o Glauco por lá. Até que momento o Glauco continua vivo, dando rosto para o jornal, preenchendo o espaço reservado a ele há mais de trinta anos?
Hoje cedo descobri, pelo mesmo jornal de Glauco, agora online, modernidade de muito menos de trinta anos atrás, que o rapaz com síndrome de salvador do mundo foi preso numa ponte da divisa com o Paraguai.
Além de me assustar com a morte, com o excesso de confiança e a fantasia do rapaz, me assusto ainda mais ao pensar que ele, para chegar até a ponte, passou por mim aqui nesse finzinho de mundo, Assis.
Sinto que de certo modo estou ligada à Beatriz, esposa de Glauco. Ambas estamos perplexas de ver até onde a violência pôde chegar.
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